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Sobre o trabalho do Fotógrafo e Arte-educador Léo Melo: 

 

O Ensaio Fotográfico traz aqui, com muito zelo, a Religião dos Orixás que ultrapassa o status da comunidade-terreiro e assume um compromisso fundamental com os caminhos da criação artística, da Arte Fotográfica, presentes no cotidiano, nos modos de ver, sentir, viver e conviver em variados Universos simbólicos. 

Consoante, a Fotografia retrata a Festa de Logunedé, nas dimensões de um sem número de acontecimentos ininterruptos, os quais transcendem os contornos físicos. Nessa perspectiva, a experiência do Ensaio Fotográfico incita, aos realizadores e espectadores, desvios, digressões de tempos e espaços nos quais a partilha acontece com todos os seus possíveis e é acrescida por cada um, por todas as pessoas que identificamos em cada experiência vivida e ainda por aquelas que, embora não legíveis, não visíveis, nem audíveis, marcaram e marcam as suas presenças de maneira viva e real – Vidas que se prolongam, renovadas em possibilidades de encontros entre os corpos que vieram antes, os corpos aqui/agora e os corpos por vir… Muito antes do nascimento de um bebê… Durante toda a Vida a partir da fecundação… Para muito além da conhecida morte no senso comum.

Estamos falando de Ancestralidades, de trânsito descontínuo, não linear, por onde a Fotografia ultrapassa o prolongamento motor e ganha projeções de Mundos, convidando-nos a coabitar com os demais Corpos cotidianos, o lugar da experiência em curso, da continuidade, mudança, expansão e revolução.

Vida longa às produções comprometidas com os Corpos em fruição gerando potências e sendo afetados por potências outras, Corpos outros!!!

Que venham inúmeros Ensaios Fotográficos, como esse, norteados pelo princípio de não quantificar nem sitiar o Corpo em um, dois ou três Mundos, pois um Mundo apenas ou uma determinada quantidade de Mundos seria insuficiente para abarcar tamanha potencialidade de conexões e pluralidade de forças. 

Agradecendo, sempre...

 

Rio de Janeiro, 02 de setembro de 2020.

Professora Drª Katya Gualter.

Agradecimentos especiais:

Aos Grupos e Laboratórios da UFRJ:
PECDAN (PEsquisa em Cinema e DANça)
ESQUINA, Cidade, Lazer e Animação Cultural


Às Famílias/Comunidades-terreiros:
Ilê Axé Afro-brasileiro Oxóssi e Óxum
Ilê Axé Odé Igbô Kofi Eran
Ilê Asé Enrilé Ode Inlê
Ilê Asé Omo Ogum
Ilê Odo Óxum Omin
Ileké
Ilê Axé Omin Dain
Ile Axé Xango Ayra

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Secretaria de Cultura e Economia Criativ
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